quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Romance e textura



A vida e sua mania de descabelar verdades tão bem arrumadas.Ingênuas verdades.Tudo que se pedia era uma dose forte de história e de sofrimentos.Sim, a gente acha que amor de verdade é aquele que tem sofrimento, dores, magoas, e lagrimas, muitas lagrimas.Nem sempre.Ultimamente as doses vem vindo mais leves e nem por isso deixam de ser romance.São romances mais serenos,mais maduros, não mais intensos, a intensidade tem costume de machucar.O tal do conto de fadas sem ser aqueles da Disney ainda existem sim.É só saber interpretá-los.Alguns ciumes menos possessivos mas tão verdadeiros como os antigos.Os antigos se tratava mais de amor próprio do que amor pelo outro, já agora, é outro, outro ciúme.Incrível como os sentimentos, mesmo tendo o mesmo nome consegue vir de variadas formas.Sem planejamentos, sem necessidade de promessas e de felizes para sempre.Tudo flui de uma forma suave e nem por isso deixa de ter magia.Os romances mudaram de textura, de cor e formato. E tem vindo muito bem,obrigada.

Bárbara Cristina

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Contornos meus e da vida



As representações.Sim, tudo se trata disso.Você imagina, desenha, põe traços e colore exatamente com linhas e cores que você escolheu.Pronto, a pessoa por quem você se encanta, se apaixona, ama é uma pura representação.Você cria exatamente da forma como quer.Com os seus contornos e suas interpretações.Um não vira um sim tímido, um olhar se transforma em intimidade, um abraço é interpretado muito além de um abraço e um beijo te desperta vontades e desejos incansáveis. Tudo se trata de como você quer que seja.Porém, o como você quer que seja, não é realmente como de fato é.Ás vezes o não é realmente aquele não seco e puro, o olhar é ensaiado ou simplesmente distraído, o abraço um carinho condicionado e o beijo, fraco, bem fraco.As expectativas tem dois poderes intensos: de criar tudo e logo em seguida, de destruição.Sim, elas são auto-destrutivas, elas acabam, morrem, sem poder ser realmente vividas.As expectativas criam imaginação, idealização e romanceiam até comédias nada românticas. Quando não se espera muito, tudo que há de bom vem com força.E quando não se espera, simplesmente não vem.Sim, não esperar é não saber reconhecer quando chega.Então espere, mas espere sem pressa e quando vir, faça com que aconteça.E as representações?Elas são inevitáveis, mas conforme com os rabiscos e contornos não feitos por você e sim pela vida.

Bárbara Cristina

domingo, 21 de agosto de 2011

Deus, terapeuta e eu mesma



Hoje eu precisei falar com Deus, com um terapeuta ou comigo mesma.Com Deus, porque eu preciso de uma fé em algo que eu não tenha controle e saber e sentir que ele tambem está por mim, me deixa mais calma.Mais serena.Tambem precisei de uma terapia, uma escuta sabe, uma pergunta do tipo: "o que voce sentiu com isso"?Não que uma terapia se reduza a isso, mas eu preciso descobrir o que eu ando sentindo por aí.Sentimentos tem me invadido por inteira.E principalmente, precisei falar comigo mesma.Concordar ou discordar dos meus pensamentos, debater com meu eu e descobrir que as crises ainda existem, por mais ou menos devastadoras que sejam.Precisei me ouvir um pouco, ouvir o corpo e essa mão gelada e essas batimentos apressados que estão querendo dizer alguma coisa.Ouvir esses silêncios que minha boca faz e esses gritos que meus gestos interpretam.Precisei ouvir um pouco da minha alma e do estrago que ela tem se recuperado constantemente.Na verdade, eu não sei mais se houve realmente estrago.O que houve talvez foram suspiros, delírios e choros.Precisei me concentrar, Eu e eu mesma, apenas.Nenhum suspiro que interrompe-se, a não ser, que fosse o meu próprio.Os meus suspiros têm me preocupado...Eu não sei se são suspiros de alivio, vontade ou cansaço.Ou talvez, tudo junto.Esse tudo junto sem separação tem me tirado o fôlego.Enfim.Precisei de mim, mais um pouco.

Bárbara Cristina

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O vento de novo



O vento entrou pela porta da frente.Não foi uma ventania forte, mas uma sensação de paz interior e de lavação de alma.Já fazia algum tempo que as coisas estavam bem confusas, as crises reprimidas e a loucura desenfreada.Agora não.Tudo flui de uma forma menos abrupta, a crises foram expostas mas ainda não resolvidas, a loucura pediu sossego e a confusão pediu um tempo.O tempo.O tempo vem me obrigando a ser passiva em tantas situações e deixar com que tudo se resolva de uma maneira que eu não possa controlar.O não-controle tem insistido em me contestar.Ele tem vindo, dizendo, cutucando, explicitando e "redudantemente", deixando bem claro, quem quem manda aqui, não sou eu.Sim, não sou totalmente eu.Não venho desistindo, mas depois que o ventou voltou, eu voltei a confiar no acaso e nas contradições da vida.Eu voltei a ter fé em qualquer tipo de amor.Incrivelmente, até nesse amor-romântico, que com o ocorrer da vida, ela mesma me deixou tão incrédula. As expectativas acalmaram-se e a paciência acordou gritando.Sim, a paciência também grita, e ultimamente ela vem dizendo que tem coisa boa por aí, dentro de mim, e fora, vindo pra me perseguir...

Bárbara Cristina