quarta-feira, 1 de agosto de 2012


No fundo, é tudo amor próprio 

No fundo é tudo amor próprio. Desde o cara que termina o relacionamento com muito amor interrompido por ter visto seu amado/a aos beijos com outra pessoa sem seu consentimento, até a mulher que aceita todas aquelas traições muito mal explicadas, por todo aquele amor acumulado. Relacionamentos monogâmicos, promessas de até que a morte nos separe e possessividade comandando. Relacionamentos poligâmicos, promessas de que seja eterno enquanto dure e liberdade amorosa. Relacionamentos amorosos entre homens, entre mulher e homem, entre mulheres, entre mulheres e homem, entre homens e mulher, entre, entre.É tudo amor próprio.O outro é um mero coadjuvante na história. Sofrer pela ausência do outro não tem nada a ver com o outro, ou quase nada. Tem a ver com o descompasso que essa ausência causa psiquicamente, num se sabe nem bem por quem se sofre, por que no fundo, a gente sofre é por a gente mesma. O outro só tá ali, pra relação comigo e comigo mesma ser um pouco mais divertida, criativa e eu não to falando de hedonismo, relações instantâneas e passatempos emocionais. Eu tô falando do Sim que se dá no Altar ou na praça, ou no clube, ou na balada ou em qualquer lugar que a gente fala para a solidão ser menos escancarada, e a completude pseudo-encontrada. 

Bárbara Cristina

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Esse texto fez-me pensar muito.
Uma vez já parei para pensar justamente nisso: "Por que nos sentimos tão bem com o outro ao nosso lado? Eles fazem-nos ver o nosso melhor lado?" e cheguei à mesma conclusão.

Gostei da escolha de palavras.