Sem pressa. Esse Edifício emocional está sendo bem construído, depois de tantas demolições. Houve alguns planejamentos de estrutura, algumas linhas, pontilhados e todas essas coisas, que se é bom ter para construir algo. Demorou, foi-se tentado construir a força e ele num durava nem um mês, nem dois meses, logo já caia, se derrubava, se rompia, em terra, vela e algumas poesias. Algumas vezes, tinha até potencial, dava a impressão que ia ser um Edifício sólido, rígido até, mas faltava andar, faltava lugar, faltava portas pra se entrar e sair quando queria. Faltava janelas pra olhar lá fora, e lembrar que tem lá fora. Faltava, apenas faltava. Depois, faltou luzes, brilho, a casa não tinha luz, não tinha, apenas nao tinha. E na re-construção mais forçada, faltou móveis, sim, esses sentimentos que são móveis, se movem e locomovem com uma intensidade de num sei o quê, e eles, esses sim, faltavam. E sem "móveis," não dá. Móveis que não se compram, que não se pagam, que não se pede. E depois disso, de tantas faltas, demoliu-se. Foi uma tombada só, com uma duração mais que lenta, mais que dolorida, cheia de prazeres. E agora, não falta? Falta, falta muito, mas sabe aqueles planejamentos, linhas e pontilhados? Tomaram autonomia, se auto-fizeram com o tempo e deixaram bem claro: o seu tempo não é o meu. E a falta, que que virou dela? Ta aí, presente, movendo desejos.Construindo Edifícios e se auto-resolvendo.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Edíficio Emocional
Sem pressa. Esse Edifício emocional está sendo bem construído, depois de tantas demolições. Houve alguns planejamentos de estrutura, algumas linhas, pontilhados e todas essas coisas, que se é bom ter para construir algo. Demorou, foi-se tentado construir a força e ele num durava nem um mês, nem dois meses, logo já caia, se derrubava, se rompia, em terra, vela e algumas poesias. Algumas vezes, tinha até potencial, dava a impressão que ia ser um Edifício sólido, rígido até, mas faltava andar, faltava lugar, faltava portas pra se entrar e sair quando queria. Faltava janelas pra olhar lá fora, e lembrar que tem lá fora. Faltava, apenas faltava. Depois, faltou luzes, brilho, a casa não tinha luz, não tinha, apenas nao tinha. E na re-construção mais forçada, faltou móveis, sim, esses sentimentos que são móveis, se movem e locomovem com uma intensidade de num sei o quê, e eles, esses sim, faltavam. E sem "móveis," não dá. Móveis que não se compram, que não se pagam, que não se pede. E depois disso, de tantas faltas, demoliu-se. Foi uma tombada só, com uma duração mais que lenta, mais que dolorida, cheia de prazeres. E agora, não falta? Falta, falta muito, mas sabe aqueles planejamentos, linhas e pontilhados? Tomaram autonomia, se auto-fizeram com o tempo e deixaram bem claro: o seu tempo não é o meu. E a falta, que que virou dela? Ta aí, presente, movendo desejos.Construindo Edifícios e se auto-resolvendo.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
101 cartas
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Romance e textura
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Contornos meus e da vida
domingo, 21 de agosto de 2011
Deus, terapeuta e eu mesma
terça-feira, 16 de agosto de 2011
O vento de novo
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Desculpas pelo amor bem dado
Desculpas.Desculpas por ter achado que era pra sempre e ter demonstrado em todos os momentos que eu queria isso.Não era mentira, eu queria mesmo, mas hoje não quero mais.Olha, eu tenho uma instabilidade fora do comum, e isso me machuca tanto, mais tanto, porque eu sei que essa instabilidade quebra promessas, e eu venho quebrando muitas e muitas a mim mesma.Desculpa pelos beijos bem dados e pelos abraços apertados, desculpa, porque eles não vão existir mais, eu estou inapta pra qualquer tipo de sentimento desse tipo.Desculpa pelos presentes, eu sei que presentes traz lembranças, mas eu não resisti quando vi as coisas que pareciam com você e te presentiei com o maior amor do mundo.Desculpas por eu ter sido assim, tão misteriosa, tão enigmática, mas não é nada com você, eu também não me dou o direito de me entender, sequer darei um dia pra alguém.Desculpas pelos ciúmes possessivos, eu não suportava a idéia de você desejar alguém que não fosse a mim, e tendo ciúmes eu ingenuamente achava que podia controlar isso.Desculpas pelo controle, pelas ligações de madrugada e pelas mensagens cotidianas, eu não queria ouvir que você sente falta disso, mas não sinta, não mais, isso no fundo nem fazia bem pra mim nem pra você.Desculpas por todas as vezes que eu olhei nos seus olhos e te falei que te amava muito, dói tanto em mim, não conseguir te amar mais, dói mais ainda, por saber que dói muito mais em você.Desculpa por interromper uma historia, ou talvez, muitas histórias, mas eu tenho esse dom terrível de interromper amor, essa mania ilógica de acabar com as coisas duradouras, infelizmente eu ainda preciso tanto de imprevisibilidade, e com você, tudo se tornou tão previsível.Nunca se culpe, talvez você tenha sido a história mais sincera, mais eterna, mas eu não suporto não conseguir sentir coisas novas, e com você o sentimento se tornou tão antigo. Desculpa pelo amor bem dado.
Bárbara Cristina
sábado, 16 de julho de 2011
Aceite a sua incompletude
Não sou avessa a sonhos, vontades e nem mesmo à desejos utópicos.Mas, a perfeição pra mim não existe, nem nunca vai ser atingida, seja em qualquer aspecto, social, cultural, religiosa e muito menos subjetiva.A imposição de ideias, impor um ideal perfeito, me incomoda muito.Como diz a Psicanalista e Sociologa Caterina Koltai, "o problema não é sonhar com a idéia de perfeição, o problema é impor..."E dentre todas ideias de perfeições, uma insiste há muito e muito tempo: a completude, a partir do outro.Sim, as pessoas acreditam que serão "completadas" com a presença do outro.A incompletude é dada, tá em nós, não há quem nos complete, isso pode até chegar próximo, muito próximo,mas não completamente satisfeito.Alguns instantes temos essa percepção, em alguns momentos maravilhosos que passamos com quem amamos, essa ideia bate na porta, que agora tá completo.Mas não tá, e nunca vai tá, e que bom, sinceramente, que bom.Se houvesse a completude, não haveria a potencialidade pra tentar se completar.Sem os momentos ruins,não saberiamos o valor dos bons e por aí vai.Acho que os amores mais bem temperados, são aqueles, que se reconhece que o outro é o Outro, esse papo, de uma Só carne, unifica dois em um, unifica duas singularides em uma só, torna Uno, algo que não é Uno.Não dá.Talvez seja essa vontade imensa de fazer com que o outro seja uma parte de você, que alimenta esse papo de uma Só carne, essa necessidade de posse, de meu, pois, se o outro é parte minha,talvez eu possa controlar...Mera ilusão.Aceitei essa minha incompletude e passei a procurar o outro não como uma metade, uma parte que coloca em equilibrio, ou qualquer coisa assim, mas como alguem que se ame, se deseje, se queira, que se some, mesmo não completando...
Bárbara Cristina
"Quem nao sabe amar adoece" Freud
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Qual o problema de termos um sentimento sem nome?
Lendo e ouvindo discursos de Viviane Mose, me deparo com uma frase totalmente contextualizada que ela diz : Qual o problema de termos um sentimento sem nome?
E após seu discurso e sua frase, eu digo, nesse momento, estou com um sentimento sem nome.23 letras não dão conta de tudo que se passa aqui, agora.Talvez, porque, minha necessidade de nomear tudo tem se perdido com o tempo, e por um instante sequer, eu vi que isso não é ruim,nenhum pouco ruim.
Por que, insistem em querer achar significado, rótulos e denominações pra tudo?Pra sentimentos, pra afetos, pra relações, pra vida...Tem que ter um Nome. Em conversas de buteco eu me delicio ao observar o cotidiano tão complexo da vida.Em uma delas, surge a pergunta pra um casal que estão juntos: "Vocês estão o quê, namorando, ficando?"E o casal responde, quase em coral: "A gente não pensou nisso..."Todos que estavam ao redor tiveram a mesma reação de: eles são loucos, ou o quê, tão juntos a tanto tempo, se dão bem e nao pensaram nisso.A reação é visivel, notavel.E vem toda uma explicação desnecessaria pra minha reflexão,mas necessaria pra ocasiao.Um deles diz: "Sinceramente, a gente não preocupou muito com o nome do que tá acontecendo nao, tá bom como tá, e nem sequer o q eu sinto, eu já tenho um nome.Se é amor, se é tesao,se é paixão ou se é isso tudo junto, que não tem um nome.Sei lá sabe, pra que o nome.?"Poxa, pra que um nome?Pra que uma denominação pra tudo.Pra que controlar, dominar coisas tão... humanas.Quando as pessoas procuram verbos demas,denominações demais,racionalizações demais, elas deixam de sentir, porque sentir, não se contem em nomes, teorias ou por aí vai.Ás vezes eu acho que não saber denominar o que tá acontecendo internamente, angustia, amedronta, e por isso essa necessidade gigantesca de nomear...É amor ou amizade?É namoro ou rolo?É catolico ou evangelico?É heterossexual ou homossexual?É verdade ou mentira?É certou ou errado?A noção de certo e errado me embrulha o estomago.Pra mim limite só é bom, porque depois que você o coloca,é possível quebrá-lo, e talvez por isso um alfabeto contem um limte de letras, um dicionario um limite de palavras, e por ai vai...pra que a própria humanidade que criou, possa quebrar.
Bárbara Cristina
domingo, 10 de julho de 2011
Página
Complicado esse negocio de aprender a virar a página.A desprender-se.A desapegar-se.Complicado, porque depois que você aprende, você não esquece mais.E aquele papo de pra sempre parece nao fazer muito sentido.Porque o outro deixa de ser para sempre, e o único pra sempre é você mesma.E é uma pessoa pra sempre sem linearidade, sem certezas, sem respostas certas.E a falta de certezas e de respostas certas deslumbra e assusta.Mas é melhor.Nenhuma certeza é tão boa e nenhuma resposta certa é universal.Me acostumei com esse inconstante que se desbobra em me perseguir.Com esse movimento que me força um equilíbrio.Casei com a duvida, sem felizes para sempre, mas casei.
Bárbara Cristina
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Repito, quem ama trai
Quem ama trai(sem causa e efeito).Não é defendendo canalhice, nem racionalizando uma atitude minha,mas acredito sim que uma pessoa que ama é capaz de trair.Quando digo isso em rodas de conversas, desperto discussoes, reflexões ou simplesmente: você não sabe o que é amar.Talvez não saiba mesmo, ou talvez saiba até demas.Mas isso não importa.Outros mencionam que o amor é auto-suficiente e que quando você ama de verdade,não tem necessidade de trair.Pra aqueles que falam com a boca cheia: "eu amo de verdade, nunca trai fulano", ok, parabéns, menos um adulterio no mundo e admito, não trair é sublime.Mas não tem nada a ver com amar menos ou amar melhor. Segue a filosofia mais ou menos assim: "Se você tá com fome e tem comida suficiente, nao tem porque comer em outro lugar".Sem levar no sentido conotativo da palavra, a frase aqui é literal.Mas sei lá, acredito que voce pode ate tá saciado, mas existe um conhecido "pecado capital", chamado gula ao qual quando voce comete voce diz: "Pra que fui comer mais, vou engordar, tem problemas e bla bla bla..."Repito, Sem levar no sentido figurativo.Mas tem pessoas que tem gula de gente.E gula de gente nesse caso é traição,que é considerado, por sinal um pecado.Não capital, mas um pecado.Qualquer semelhança é mera coinscidencia.Gula de gente, precisa de mais gente, não por falta de amor, ou falta de saciação, mas talvez por necessidade de excessos, de auto-afirmação,de segurança, ou até mesmo ter a certeza de que ama.Sim, já observaram aqueles casos em que a pessoa trai, chega em casa, abraça o traido e diz: em tenho certeza que te amo.Poisé.Precisou trair pra descobrir que ama, pra descobrir que excessos são desnecessarios.Espero que nem todo mundo precise fazer este test drive pra descobrir alguma coisa, mas enfim.Esse negocio de traição é polêmico e muito, muito narsísico, mas essa é uma discussao que vou fazer depois.Quem ama trai.Mas paradoxalmente,ou linearmente, não me traia.Não me traia, porque continuar acreditando que me ama é facil, mas acreditar que eu fui traída, enganada, trocada, substituída, é muito para o meu ego suportar.E oh, é muito pra qualquer ego aguentar.
Bárbara Cristina
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Pergunta sem contexto
Pegunta sem contexto.Me perguntaram hoje, o que eu sinto por você.Completamente fora de contexto, de ordem e de circunstância.Eu nem sequer tenho lembrado que você existe.É incrível essa capacidade que temos de esquecer temporariamente aquilo que ja nos incomodou tanto, que já nos doeu tanto.Você ter existido na minha vida, realmente me doeu muito, proporcionalmente ao quanto me aliviou também.Mas quando digo que é temporariamente,é a intensão de não ser pretensiosa, pois sei que todas as vezes que eu ver você, as lembranças virão involuntariamente e mesmo que eu nunca mais te veja,eu não me atrevo a dizer que vai ser um esquecimento eterno.Pois a gente não esquece o que a gente não resolve e não resolve o que não deve ser reolvido.Sim, no seu caso, não deveria e nem sei se deve ser resolvido.Resolver, na nossa história, seria torturar,lamentar, ofender,machucar.E não resolver seria apenas, sentir saudades...Sim,sentir saudades é facil,a gente se acostuma e as vzezes até se desapega a essa saudade, agora resolver, já não é facil.Resolver é relembrar,é ruminar, e tentar fazer sentido em algo que não tem sentido.É colocar coerencia,onde é incoerente, é pedir resultado, onde só se aceita duvidas e hipóteses.Ás vezes ainda bate um certo medo.Uma angústia leve, de de repente o destino,acaso,azar ou sei la qual força externa, decidir que temos que resolver e nos colocar em uma situação sem escapatória.Me bate um medo de ver você e perceber que alguém ou alguens morreu por aqui, sim, eu dentro de você e você dentro de mim.Me bate um medo de você nem sequer me reconhecer, me achar uma estranha,invasiva e ate familiar.Sim,me dá muito medo,que ao me ver você sinta que eu sou alguem tão ambivalente,a ponto d ser familiar e estranha ao mesmo tempo.Me bate um medo de ao me deparar com você eu sentir quase tudo novamente, porque no seu caso, o quase tudo repercute mais que o tudo de muita gente.E medo mesmo, me bate, de não sentir nada, de nem quer notar sua presença, de você ter se tornado um esquecimento completo e com isso, a gente começar tudo de novo para que voce possa entra na minha vida, já que nesse caso, você nunca teria existido...
Bárbara Cristina
domingo, 29 de maio de 2011
De lugares em lugares
De lugares em lugares.A cada passo, uma tentativa de encontrar, ou talvez reencontrar.De encontrar o que se quer e de reencontrar o que já se teve.O ter nesse caso, pode ser que não seja real.Olhares estranhos e preguiças, muitas preguiças.Preguiça de mundos, de abraços mal dados e de beijos pouco intimidados.Em cada lugar, havia uma busca, frustrantes e frustrantes buscas.É dificil de encontrar o que não se sabe que quer achar.Movimentos, danças, sorrisos e alguns apertos.Mas nada por dentro, nada que ultrapasse o desejo e a vontade, nada que surpreenda ou cative.Um cansaço, um suspiro e um, preciso ir embora.Não há espaço pra essa saudade, não há lugar pra essa vontade.Não há poesias, não há cantorias, não há,apenas não há.Encenações há.Alguns textos e cenas repetitivas.Repetir vem de fazer igual, ou tentar igual.E fazer igual algo que já foi feito vem de não conseguir fazer diferente.É po aí mesmo.Diferente.Eu preciso de algo que seja diferente, um sentimento, um toque, uma palavra, um alguém, que faça com que tudo seja diferente.Sem os mesmos porques,mesmos querer, e principalmente, sem as mesmas mentiras.É precisar do diferente que seja de verdade, com um pouco de imaginação, mas com mais verdade.De um diferente, que passe sim, em vários lugares, mas que em todos, tenha a sensação de que algo ficou, permaneceu, durou.E até, se apropriu.Forte, esse tal de apropriar-se do outro, mas hoje, não dá mais pra permanecer sem se apropriar....De lugares em lugares, de pessoas e pessoas, de palcos e palcos e nada de se sentir em casa, de alguém e de algum palco que realmente tenha um show, um show mais interno do que externo,mais pra dois, que pra multidão...
Bárbara Cristina
domingo, 8 de maio de 2011
Camisa de força interna
Bateu um desespero.Um aperto no peito, uma vontade imensa e uma solidão indiscreta.Desde que as coisas ruins começaram a se adaptarem, houve a perda da sensibilidade, da esperança e da saudade.Não há mais saudades, lembranças, nem sequer amores interrompidos.Agora só se trata de abismos, nada e mais nadas...Entre a dor e o nada, qual você prefere?Não sei.Mas o nada dói. Nos textos não há mais palavras, só espaços, letras do alfabeto, mal colocadas.Uma confusão intensa, uma insegurança amarga.Não há pra quem recorrer, nem pra quem avisar.Não há abraços, nem ligações emocionais.É tudo de uma efemeridade nojenta.São medos, doidos pra serem enfrentados, mas sem nem sequer chance disso. Horizontes e caminhos, paisagens, mares, todos, tudo, isolado, sem ocupação, sem envolvimento, sem vida...Dói alternadamente, bate na porta e ás vezes arromba, tornando o pouco da ilusão do bom em realidade torturante.Não há ouvidos ou sossegamentos que adiantem.É você, contra você mesma.É a procura por algo que não se sabe, ou por algo que não se ache...É ir atrás e permanecer intacta, é inércia, é dor e mais um pouco de dor...É fazer tudo, e ter a sensação de que não se fez nada, é tentar pular e ser presa numa camisa força interna, que te faz lembrar constantemente, que não depende apenas de você....
Bárbara Cristina
domingo, 10 de abril de 2011
Musica principal
Uma madrugada.Não imaginava, ou até imaginava, mas não esperava.Imaginar e esperar pela sua presença são coisas bem distintas.Novamente, a dor e o prazer se alternaram em torno de você.Uma dor forte, diferente daquela de antes, essa era mais discreta, mas ainda assim, forte.Um prazer estranho, e inexplicável.Eu estava no ritmo da música, tendo a certeza que sabia cantar a melodia e que os passos e rebolados estavam todos me auto-realizando.Doce e amarga ilusão.Sua presença, mostrou que a música tinha outra letra, que os passos estavam ao contrário e que os rebolados infelizmente ainda chamavam muita atenção.Tudo que eu queria era que eles não chamassem a sua atenção, é que essa dança, música e criação tão dolorosamente feita por mim, passassem despercebidas por você, mas não. Gestualmente, você conseguiu fazer a crítica completa da música.E pior ainda, nessa crítica, tinha um elogio.O elogio, que eu menos queria, menos esperava, o tal: a sua música me incomoda.Droga. Você não podia simplesmente ser indiferente?Ou, talvez, dissimular, me cumprimentando pela música, não exigiria que você gravasse essa melodia que eu inventei pra escapar de você e pra lidar com sua ausência.Srá que é tão difícil entender que a música, continua tocando em algum orgão meu, seja a tal da cabeça ou o tal do coração.Sim, mudaram-se alguns arranjos, e outras tantas coisas que o meu eu não mais suportava, mas querendo ou não, a música ainda existe.Essa música, que pode ser traduzida em tantas coisas.Vida, amor ou talvez, interrompimento.Sim. Logo no momento em que eu preciso cantar essa melodia pra outro alguém, você aparece, na madrugada, pra me lembrar, que a música pertence somente a você.Sim, querendo ou não você me reelembrou isso.E não venha com esse papo de que eu compus a musica porque quis, e que você não cantou junto comigo.Você fez pior, você deu a ideia e a partir do momento em que ela foi implantada, nunca mais eu fiquei em paz...Mas mesmo com muito ódio, mágoa e desentendimento, eu tenho que te agradecer. Só por você ter me lembrado que aqui dentro ainda bate uma inspiração, que ainda existe músicas e músicas a serem compostas, e que você participando ou não do show, vai fazer com que a música principal, sempre toque...
Bárbara Cristina
sábado, 26 de março de 2011
é esse amor próprio
quinta-feira, 24 de março de 2011
Cautela de amor
Não se trata de desprezo, joguinhos, ou testes emocionais.Não estou fugindo, muito menos esquivando desse tipo de sentimento que as pessoas denominam como amor.Sim, amor.Porque, esse daí a gente sente que acontece, no cheiro, no tato e nas pequenas ocasiões.Nas construções e desconstruções.Nos trejeitos, nas palavras, nos beijos, abraços e cenas sequentes.Mas, não, antes que você pergunte, eu não fujo disso.Eu não fujo de você, muito pelo contrário, ás vezes tudo que eu mais quero é ir ao seu encontro.O que acontece é que com você as coisas são diferentes.Já cometi erros e todos eles me fizeram perceber que você não deve ser vítima daqueles mesmos erros passados. Com você não se trata de brincadeirinha, conquistinha, ou tudo no diminuitivo.É tudo tão mais sério, mais verdadeiro, mais cauteloso.Sim, com você tenho cautela, com as palvras, com as demonstrações, com o toque e com tudo ao mesmo tempo.Com você, tenho cautela, porque se eu te perder por culpa minha,dessa vez, não haverá aceitação.Já perdi tantas pessoas, você, não.Com você, equilibro, fantasio e permaneço na realidade também.Com você, cobro, mas sem tom de obrigação ou qualquer coisa do tipo, é uma cobrança gostosa, ao qual eu sei que não te incomoda.Com você faço mistérios, e deixo algumas dúvidas no ar, mas sem tirar a certeza de que eu vou tá aqui.Com você, talvez me falta ousadia, indisciplina, desequilíbrio, e todas essas coisas que a paixão pede.Mas, só por você, eu abro mão dessas coisas todas, pra que as coisas deem ou não certo, mas pra que eu tenha você na minha vida, incondicionalmente...
Bárbara Cristina
segunda-feira, 21 de março de 2011
Gigantes sentimentos
Depois de tantos tropeços, mal dizeres e histórias acabadas e mal acabadas, eu deveria ser mais objetiva com esses sentimentos que insistem em visitar.Talvez, se eu fosse mais prática, mais realista e menos Bárbara, a dor seria menor.Mas em quesito de amor, ilusões e fantasias, a dor nunca será menor.No momento em que você conscientemente, ou inconscientemente, escolhe no que acreditar, não há racionalidade, lógica ou porque que explique.Não há conselhos que te fazem mudar de idéia, ou exemplos que te faz mudar a direção.Você fica tão crédula, tão empírica, que seus sentidos captam até o que não existe.Um abraço que se torna uma necessidade, um beijo que se compara a um orgasmo e um olhar que cala todas as letras e ao mesmo tempo diz todas as palavras.Uma fala, um toque, uma história que vira objeto de análise. É como se você engradecesse as pequenas coisas e as tornassem realmente gigantes.Gigantes sentimentos, gigantes dores, gigantes fantasias...O problema da fantasia, é que quando ela acaba, ela consegue ser mais marcante do que a própria realidade, por simplesmente, ela ter acontecido exatamente da forma que você quis...E quando as coisas acontecem da forma que você quis, não há desilusão que apague, porque de um jeito ou de outro, pra você foi perfeito.Gigantes mágoas, gigantes dizeres, gigantes desamores...
domingo, 6 de março de 2011
Ser leviana
Fui leviana.Quando entrei na sua vida de forma intensa.Quando resolvi te conhecer num lugar onde os sentimentos são colocados a prova.Fui leviana quando liguei inúmeras vezes, quando mandei mensagens, quando disse, que você era indispensável na minha vida.Fui leviana, quando empolguei, quando te ensinei, quando pedi pra você voltar...Fui leviana quando entrei no seu mais íntimo, quando fiz perguntas pessoais, quando você, logo você que é tão dificil de se abrir, que é tão mais de ouvir, simplesmente me escolheu como a confiável, a insubstituível, a responsável pelos meus segredos.Fui leviana quando te ouvi por horas, quando escutei você chorando ao telefone, quando te dei poucos abraços, mas todos verdadeiros.Fui leviana,quando disse pra você não sumir, e quando em uma semana não aguentei de saudades.Fui leviana com algo que não pode ser.Até que entrei e sai da sua vida com a leviandade de uma num sei o quê.Simplesmente disse que não queria mais, que queria meu tempo, e que você estava me fazendo muito mal.Prometi pra você que podia contar comigo pra tudo, nos seus piores e melhores momentos, e logo no seu pior, eu simplesmente desapareci.Não dei conta de lidar com uma crise sua, com uma parte sua, ao qual não encaixava na representação mental que eu tinha de você.Implorei pra você não me procurar, eu só não disse some da minha vida explicitamente, mas implicitamente eu disse muito pior.E não disse muito pior também.Porque deixei você sem explicações, sem argumentações, e com frases doídas as quais diziam que eu ainda te respeitava.Wou, eu jurava e as vezes ate juro que ainda te respeitava.Se eu realmente te respeitasse, hoje eu ainda estaria aí, seja apenas como uma conhecida, ou como uma mera mais uma, mas eu ainda estaria aí, e tudo que eu não quis foi está aí.Fui leviana com seus sentimentos, com suas explicações e com todos seus pesadelos.Fui leviana com seu coração.E pra terminar, quem foi isso tudo não fui eu, foi você, o me colocar como a autora da leviandade foi só pra tentar sentir uma culpa, ao qual não é minha, e sim sua.Tenha meu perdão.
Bárbara Cristina
Medo involuntário
Não sei porque sua presença ainda me assusta.Não entendo se ainda existe amor, saudades ou apenas um medo.Quando digo medo, não se trata de me reapaixonar por você, de me viciar de novo, ou de querer você pra mim.Isso não,em nenhum momento eu sinto que isso pode acontecer.É um medo de com você de volta, uma Bárbara, voltar também. Uma Bárbara que não serve mais.Não se adapta e não enquadra em tudo que se vive agora.Tenho medo de você me questionar e de com isso eu me questionar também.Já respondi tantas questões dolorosas pra mim mesma, algumas ficaram sem respostas, e sinceramento, nem acho que devam ser respondidas.Tenho medo de ver você, e não sentir nada, ou sentir tudo.Tenho medo de querer entender o porque de tudo, sendo que no nosso caso o entender é desnecessário, é equívoco , é arriscado.Tenho medo de você não me notar, de não me reconhecer, talvez nem sequer de me conhecer, o que é mais provável.Tenho medo do tempo não conseguir ter curado nada, as vezes tenho tanta certeza que ele curou, mas vc reaparecer me faz ter dúvidas.Tenho medo de todas histórias criadas virarem realidade, sim, porque em relação a você a fantasia foi mais verdade do que a própria realidade.Tenho medo de ainda ser capaz de derramar alguma lágrima por você,já foram tantas e desde que o tempo secou todas, eu me sinto tão menos humana.Me amedronta ainda ter medo de você, ter medo do que vc fez e do que ainda pode fazer, não porque você quer, foi um fazer involuntário, ou voluntariamente apropriado...
Bárbara Cristina
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Sinto falta de sentir
É, como ja disse Caio Fernando de Abreu, "ando meio fatigada de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis..."Ás vezes sinto falta de momentos em que chorei, sofri e gritei.De momentos que sorri,mordi e beijei.Sinto falta da dor e do prazer alternando-se em volta da mesma pessoa, ou do mesmo alguém.Sinto falta de sentir alguém ou sentir por alguém.Não acho graça com facilidade e não me encanto com obviedades.O fácil me desanima e o difícil me cansa.Queria algo meio termo.Meio dor, meio prazer, meio amor.Queria amor.Sinto falta de achar os outros interessantes, de buscar informações, de conquistar e ser conquistada todos os dias.As flores que me oferecem murcham, as palavras ficam clichês e os beijos não viram mais lembranças.Sinto falta de viciar em alguém e virar vicío também.Hoje, as pessoas tão custando a me despertar vontades...Sinto falta do desejo louco de encontrar, e da necessidade insana de ficar.E quando eu digo ficar, não é o ficar metafórico, é ficar junto, permanecer perto, independente de qualquer coisa.Sinto falta de bons dias, boas noites e de conversas infinitas.Sinto falta de me apaixonar, mesmo que seja sozinha, mesmo que seja por alguns instantes, sinto falta de sentir...Hoje, talvez o único sentimento seja o sentir falta, e confesso que preciso preencher...Sinto falta de acreditar em amores impossíveis, nao, isso eu ate ainda acredito, eu sinto falta mesmo é do mundo me dizer que é impossível, e mesmo assim eu querer provar que não é...Sinto falta de lutar por algo que pode ser tão díficil,mas eu só queria voltar a lutar...Mas sinceramente, não sinto falta de pseudo-companhia, não sinto falta de acreditar que havia segurança, confiança e na verdade só havia momento, tudo efêmero.Enquanto não tiver verdadeira companhia, eu escolho sentir falta disso tudo, afinal, desde que "minha solidão se tornou minha melhor companhia, eu só me interesso por pessoas incríveis"...
Bárbara Cristina
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Obrigada Fantasia
Até que ponto essa realidade me atormenta e essa fantasia me acalenta?É tão difícil você se obrigar a lidar com o palpável, o concreto , sendo tudo que o mais te atrai é o abstrato.A imaginação, ou não-ocorrido, o ocorrido ou não.Pra que essa necessidade de coerência, de ou, de certezas e definições, metas e traçados.O incoerente é tão mais gostoso, mais misterioso, mais fogoso.Pra que ser ou não ser, se pode ser e nao-ser ao mesmo tempo.Que relevância é essa de ter que saber tudo que se sente, tudo que se passa, tudo que se quer.Sendo que tudo muda, constante tranformação.Hoje sim, amanhã talvez, semana que vem não, mes que vem sim de novo e por diante...Que mania é essa de realidade, sendo que a fantasia é tão mais gostosa.Me deparo num mundo ao qual a necessidade do real é tão tamanha e de repente me perco num leque de fantasias que me fazem tão bem, e depois tão mal.Fantasias criativas, histórias, começos, términos, criação de emoções e lágrimas bem inventadas.É como se houvesse uma dramaturgia real, uma novela sem felizes para sempre e um filme sem final.É como se eu fosse a autora disso e pudesse fazer cada roteiro, cada virada de página, e os meus personagens de repente saem desse filme ao qual eu não mais mando em nada.Uma mentira que vira verdade,uma palavra que vira discurso, um carinho que vira história de amor.Uma vontade que vira desejo, um olhar que vira completude.Um abraço que vira insinuação, um toque que vira paixão....A fantasia é hiperbólica, é manipuladora, é persuasiva e é doente...A realidade a torna doente...Que seja doente, que seja patológica, pra ser feliz, eu prefiro não ter a cura.Obrigada Fantasia.
Bárbara Cristina
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Os Quatro Fantasmas
1) Sabemos que vamos morrer.
2) Somos livres para viver como desejamos.
3) Nossa solidão é intrínseca.
4) A vida não tem sentido.
Basicamente, isso. Nossas maiores angústias e dificuldades advêm da maneira como lidamos com nossa finitude, com nossa liberdade, com nossa solidão e com a gratuidade da vida. Sábio é aquele que, diante dessas quatro verdades, não se desespera.
Realmente, não são questões fáceis. A consciência de que vamos morrer talvez seja a mais desestabilizadora, mas costumamos pensar nisso apenas quando há uma ameaça concreta: o diagnóstico de uma doença ou o avanço da idade. As outras perturbações são mais corriqueiras. Somos livres para escolher o que fazer de nossas vidas, e isso é amedrontador, pois coloca responsabilidade em nossas mãos. A solidão assusta, mas sabemos que há como conviver com ela: basta que a gente dê conteúdo à nossa existência, que tenhamos uma vontade incessante de aprender, de saber, de se autoconhecer. Quanto à gratuidade da vida, alguns resolvem com religião, outros com bom humor e humildade. O que estamos fazendo aqui? Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trade de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal. Volto a destacar: bom humor e humildade são essenciais para ficarmos em paz. Os arrogantes são os que menos conseguem conviver com a finitude, a liberdade, com a solidão e com a falta de sentido da vida. Eles se julgam imortais, eles querem ditar as regras para os outros, eles recusam o silêncio e não vivem sem os aplausos e holofotes, dos quais são patéticos dependentes. A arrogância e a falta de humor conduzem muita gente a um sofrimento que poderia ser bastante minimizado: bastaria que eles tivessem mais tolerância diante das incertezas.
Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é o nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta. Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir. De se relacionar. De fazer tentativas. O sentido disso tudo? Fazer parte. Simplesmente fazer parte.
Muitos têm uma dificuldade tremenda em aceitar essa transitoriedade. Por isso a psicoterapia é tão benéfica. Ela estende a mão e ajuda a domar nosso medo. Só convivendo com esses quatro fantasmas - finitude, liberdade, solidão e falta de sentido da vida - é que conseguiremos aravessar os dias de forma mais alegre e desassombrada..."
Martha Medeiros
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Strip-tease de Alma
Não tinha mais escolhas, maneiras ou formas de te encontrar.Não tinha mais cartas, estratégias ou planejamentos emocionais.Nada mais adiantava.Alcancei o inalcansável em relação a você.Improvável comunicação, impossível reconciliação.Então resolvi.Decidi que tinha que dizer o que senti.Não porque eu quero ver você, ou porque preciso da sua presença, mas um mal resolvido interno me consumiu e não vou guardar isso só pra mim.Pensei em cartas, telefonemas, mensagens, e coisas do gênero.Nada me consolou.Pensei em marcar um encontro.Ainda não era o que queria.Foi aí que fiz o melhor e o pior pra mim.Strip-tease de alma...
Liguei o carro, peguei os poemas, as cartas, e liguei o som.Tocava Heartless.Realmente, tinha tudo a ver com o momento.Talvez eu deveria ser um pouco sem coração...Cheguei na sua porta, toquei o interfone e entrei sem nem mesmo cumprimentar você.Tudo que eu não queria naquele momento era cerimônia ou educação forçada.Disse apenas: venha aqui e me escute, não fale, nao grite , não berre, nao reclame e nem me peça desculpas.Apenas ouça
E assim começou o meu Strip-tease...
Tirei o Orgulho:
Olha, eu sei que eu não deveria ter vindo, eu sei que essa foi a pior idéia, eu sei que talvez você nem lembra que eu exista e que eu não faço falta na sua vida, mas isso sinceramente não me importa, eu vim ver você porque eu precisava saber que você ainda existe e que está bem com minha ausência.Eu preciso do seu bem pra continuar bem...
Depois, com delicadeza tirei as mentiras:
Olha, eu menti quando disse que ia ficar tudo bem sem você rapidamente, eu menti quando achei q vc era substituivel, eu menti quando falei pra voce sumir da minha vida e que depois disso eu ia ter paz, a sua ausência só me mostrou guerra de espírito...
Com raiva, tirei o eufemismo:
Muitas vezes eu odiei você, e sinceramente as vezes ainda odeio, por saber que talvez eu não tenha signifcado o que pensei que significava pra você, por você desaparecer e achar que com isso foi o melhor pra mim, talvez ate tenha sido, mas eu odeio o fato de vc me esquecer...
E por último, com mais dificuldade a Persona caiu...
Eu choro sim, choro porque você foi a melhor e pior coisa que me aconteceu, essas lágrimas podem ser ridículas mas foram tudo que sobraram de você, porque elas sim são sinceras, são reais...Eu choro porque depois de vc eu mudei mto e foi uma mudança tão boa que eu choro por nao poder nem sequer agradecer...Eu choro porque eu perdi você e perder vc, fez com que eu me encontrasse e isso me incomoda tanto mais tanto....
E assim, eu terminei o meu Strip-tease de Alma, o melhor e mais profundo de todos...
Bárbara Cristina
ps: inspirado em texto de Martha Medeiros, Strip-tease.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Sozinha e bem acompanhada
Ainda leio as cartas.Não porque gosto delas, mas me dá saudade de entender como eu cheguei aqui.Me dá saudade de saber como tudo realmente aconteceu.É como se tivesse ocorrido um sonho, ao qual virou pesadelo, ao qual não faz mais sentido.É incrível que mesmo com todo o sofrimento do passado, pra mim, ainda é considerado um sonho.Um sonho, porque a partir dele que eu pude conhecer a realidade.Um sonho, porque hoje está tudo tão bem resolvido, por simplesmente ter ficado tão mal resolvido naquele momento.Um sonho, porque você teve que aparecer, pra tudo desandar e as coisas começarem a realmente andar.Talvez elas nunca tinham andado antes de você.Talvez eu apenas engatinhava e vivia numa ilusão de que eu estava voando.Um sonho, porque você quebrou, jogou fora e se desfez, e eu sozinha tive que consertar, resgastar e refazer.Um sonho, porque eu não tenho certeza de que aquilo aconteceu...Eu não tenho nem sequer a certeza de que você existiu da forma que eu pensei.É como se eu tivesse vivido uma história sozinha mas ao mesmo tempo muito bem acompanhada.Tenho saudades.Sim.Talvez, não de você, não do sonho, mas do que eu me tornei naquele momento.Ás vezes, sinto que ainda quero que você volte, não por você voltar, mas porque você voltando, uma parte de mim volta também...
Bárbara Cristina
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Intimidade
Intimidade.Como tudo na vida que tem dois opostos, com essa não é diferente.Ela pode melhorar tudo ou estragar tudo, ou paralelamente fazer as duas coisas.É íntimo, você acordar com um hálito nada refrescante e mesmo assim lascar aquele beijo que vai ser melhor do que qualquer outro estando mastigando um trident ou coisa parecida.É íntimo voce ligar pra perguntar se o outro ficou com a sua chave de casa, seus documentos e seu dinheiro e quando souber que ficou, despreocupar e dizer: relaxa, quando a gente se vê, vc me entrega, simplesmente por saber que vocês vão se ver de qualquer jeito.É íntimo olhar no olho e entender tudo o que o outro quer dizer.É íntimo decifrar os silêncios e terminar as frases...É íntimo abraçar e com o abraço saber se o dia do outro foi bom ou ruim.É íntimo querer saber como foi a faculdade, o trabalho, mas quando eu falo de querer saber, é saber mesmo, a nota da última prova, as última venda e assim por diante.É íntimo falar de outros relacionamentos que passaram na vida de ambos e se divertirem juntos com isso, só pelo fato de saberem que é realmente passado e o que realmente importa é o agora e o agora somos nós...É íntimo fazer projetos futuros, desejarem filhos e escolherem nomes.É íntimo beijar, morder, empurrar e em certos momentos até bater...É íntimo acreditarem juntos, dedicarem juntos e viverem juntos.É íntimo amar...Mas também vale uma cerimônia pra paixão continuar íntima.Uma surpresa no meio do dia, uma mensagem pra desejar boa noite e uma noite de amor diferente de todas.Amar também é contraditório.É ser íntimo e saber a doce certa de cerimônia...
Bárbara Cristina
domingo, 9 de janeiro de 2011
A importância do "não saber"
O começo.O começo é bom, é quando você encontra, você procura, você tenta descobrir.No começo, você não sabe os horarios da outra pessoa, você não sabe do que gosta, nem mesmo se o seu perfume vai ser notado.Você não sabe o que vai agradar e muito menos desagradar.Você não sabe se é hora de cobrar ou se é melhor relevar.Você não conhece os defeitos e nem sabe se as qualidades vão permanecer.Você não sabe quais sao as manias do outro e se as suas vão ser entendidas.Você não sabe se o outro prefere verão ou inverno, outono ou primavera.Você não sabe se é melhor com álcool ou sem álcool, se vai pegar melhor uma cerveja ou um uísque.Não sabe dos vícios e dos traumas.Não sabe se é melhor ir com um vestido e impressionar com sensualidade ou colocar um jeans básico e um all astar e demonstrar autenticidade.Não sabe se manda mensagem desejando boa noite ou se liga logo perguntando quando vai ser o próximo encontro.Não sabe se aluga um filme de suspense ou um drama, se abraça ou beija, se olha ou desvia.Não sabe se vai ser beijos, caso ou um puta de um romance.Não sabe se vai ser bom se envolver ou talvez isso nem vai valer...Você não sabe de nada.A única coisa que você sabe é que é um começo, um começo com ou sem fim, e que não importa você saber, o que realmente você tem que entender, é que arriscar é viver, não saber é ir em busca de conhecer, não saber é vontade de ir pra um lugar ao qual você não sabe, é ir sem direção , é andar sem bússola, sem retas, sem norte e mesmo assim, achar que alí vai te levar pra algum lugar...
Bárbara Cristina